The small window to my reality

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dedicated

Peguei gentilmente no saco vermelho bordô e, abancando-me na minha cama, cruzando uma das pernas sobre a outra, pousei-o ao meu lado e abri-o rapidamente, sacando de lá com uma mão só o instrumento de cordas cuja parte de trás tinha aproximadamente o mesmo tom que o saco onde se encontrava guardado. Pousei-o ao meu colo.
Experimentei dois ou três acordes, primeiramente, e depois peguei numa palheta do meu irmão que se encontrava perdida na minha secretária... Um som ligeiro e discreto ecoou primeiramente, pelo quarto deserto.
"In this world where nothing else is true..."
Confiava que apenas as paredes me ouviam, levemente iluminadas pela meia-luz de um único candeeiro aceso. Mas até estas, que apenas ouvem, saberiam dizer para quem se dirigia o meu canto... Numa cover algo simplista da "Tangled up in you" dos Staind, em versão acústica, pus o meu coração cá fora, sem que nada me custásse... E ainda que ninguém me ouvisse, para mim própria chegou. Reconhecer que entoava e conseguia entoar algo que não totalmente meu, pois seria sempre dedicada a ti, pois trago-te comigo, só tu... Sem saber como, sem saber desde quando, ando com quem és pela mão por onde quer que vá...
"Here I am, still tangled up in you..."
"I'm still tangled up in you."
Após uma última e breve junção de notas, a minha mão deteve-se de novo, o braço levemente pousado por cima da antiga guitarra. Inspirei profundamente, enfrentando uma vez mais a visão do meu quarto deserto, a media-luz... O sol acabára de ser pôr, lá fora...
"Sempre."

RiR

Oh não... Porquê? Filas intermináveis. Horas ao sol. Horas de pé. Horas de fome. Transportes. Viagens. Milhares de pessoas. Sandes. Sumos. Gente halucinada... MUITA gente halucinada. Fumo. Cerveja voadora. Grandes colunas. Grandes amplificadores. Grades. Mais filas. Porrada. Moche. Circles. Halls of death. Pulos. Mais gente. Crowdsurfing. Massas de gente... Cabelo. Headbang. Grandes solos. Grande energia. Horns up! Berros. Calor. Intervalos. Reuniões. Noite. Fogo. Empurrões. Encore. Dores... Algumas dores. Pescoço. Costas. Pernas. Rouquidão. Mistura de cheiros... Empurrões. Cansaço. Fresco. Grupos. Transportes... (?) No sleep.
Resumindo: MAAAAAAAIS!!!!!
30.Maio.2010 - Rock in Rio Lisboa
Fuck yeah!

terça-feira, 25 de maio de 2010

His passion


Always learning, with you by my side @@@

Amizade


Nunca ninguém saberá tudo aquilo que partilhámos juntas, tenha sido o mais pequeno gesto, ou toda uma mostra de dedicação e companheirismo. Quando nem nós próprias fazemos ideia...

Anos passados, por vezes parece quase fácil empacotá-los e deixá-los a um canto. Por pouco tempo... Por circunstâncias. Mas ao relembrar-mos realmente pequenos pedaços dessas nossas memórias, vemos nesse perfeito espelho de nós mesmas, que jamais poderiamos deixar tal escapar.

És quem, independentemente do tempo passado, me acolherás sempre. Quer eu tenha ou não mudado, pois mudaste também, cresceste também...

Reconheço e ouvirei os teus maus momentos, mas estarei lá, e serei a primeira a aplaudir sempre que sucederes. Ainda que não estejemos sempre juntas... Digo-te que por mim, trago comigo uma parte de ti, daquilo que comigo partilhaste, daquilo que viveste, das vezes que rimos juntas.

Para onde quer que a vida nos separe, nunca diremos adeus.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Essenciais


Através da arte transpareço para o papel o que sinto, desabafo... Seja para mim, seja para todos. Desenho o quero partilhar com o Mundo. Aprendo a partilhar com o Mundo tudo o que faço como se da minha arte se tratásse. Sempre no aperfeiçoamento. Nenhuma obra nasce perfeita. Nenhuma obra é acabada perfeita. Mas desde o seu ínicio que é aperfeiçoada e tenta chegar ao ínfimo, sofrendo alterações através do tempo, para ser o que uma vez alguém planeou ou sonhou para ela.

Definição

Tenho saudade. Preocupo-me. O que é isto que se sente? Isto que dizem ser "fogo que arde sem se ver"?... Que nos faz sonhar e acreditar em toda esta dimensão incrível, sonhar de maneira tonta e a fazer loucuras. Sei o que é... Mas não por estas designações.
É partilhar alegria, sentir-se contagiado pelo estado desta outra pessoa e vivê-lo como se fosse o nosso próprio sucesso, sendo parte do vento que o ajudará a voar. É sofrer, sozinho ou acompanhado, por dúvida, por medo, por insegurança de como estará esse outro. É levantarmo-nos e esquecermos o nosso próprio estado só para o proteger, ser o pilar de apoio, a parede onde se encostará...
É nunca esperarmos nada em troca, dar tudo de nós e ser suficiente, igualar aquilo que nos poderiam dar a nós mesmos. Perdoar, sem nunca ter realmente sido possivel não o fazer, sem nunca ter sequer permitido esse pensamento aparecer em nós. Ser aquilo que precisarem que sejamos naquele momento, seja o que for.
É aprender, crescer, viver no verdadeiro sentido da palavra. Emocionalmente, fisicamente. Sofrer com a dor e vibrar com a alegria. Lembrar cada exacto momento que passou, guardá-los independemente do tempo, independentemente do lugar, guardá-los pela sua essência. É ver a beleza no que há de mais pequeno, naquilo que sempre tivemos tão perto mas nunca reconhecemos pois nunca ninguém nos havia sido capazes de mostrar... Fazerem-nos ver quando estavamos cegos pois não nos permitiamos espaço para realmente sentir.
É explicar e partilhar, ainda que seja mais fácil sorrir e nada dizer... É encontrar compreensão quando acreditamos que ninguém será capaz de interpretar algo como nós. Rir, encontrar graça inocente e entretenimento quando não há nada mais. Perceber a força e o impacto de um único toque.
Olhar, olhar sem saber se olharão de volta. Falar, sem saber se chegaremos a obter resposta. O derradeiro mergulho na incerteza. Esperar, esperar sem saber por quanto tempo será, mas confiando de que chegarão sempre. Olharão sempre. Respoderão sempre.
É entrega.
É tudo, e o nada.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Soneto 116

"Não haja impedimento à união
de almas fiéis; amor não é amor
se se alterar ou ver alteração
ou curvar a qualquer pôr e dispôr.
Ah, não, é um padrão sempre constante
que enfrenta as tempestades com bravura;
é estrela a qualquer barco navegante,
de ignoto poder, mas dada altura.
Do tempo o amor não é bufão, na esfera
de foice curva em bocas, róseos rostos;
com breve hora ou semana não se altera
e até ao julgamento fica a postos.

E se isto é erro e em mim prova tem,
nunca escrevi e nunca amou ninguém."

(c) William Shakespeare

sábado, 8 de maio de 2010

All I need


"All my agony fades away, when you hold me in your embrace...
Don't tear me down, for all I need...
Make my heart a better place, Give me something I can believe.
Don't tear me down, what's left of me...
Make my heart a better place."


(c) Within Temptation

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Futuro

Cansaço apodera-se, mil e uma perguntas ecoam. Não sei qual o meu derradeiro objectivo, não reconheço a minha paixão profissional. Para esse Mundo que se encontra tão longe e tão perto... Está perto demais, e, perdida no meu próprio e pequeno labirinto, não estou preparada.

"Take my breath away."

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Vitória

Os dois pés descalços abriram calmamente caminho pelo areal branco, deixando para trás leves pegadas, bem desenhadas na areia húmida, delineadas naquele tom caracteristico mais escuro.
A música dos fones tocava alta, exilando-a do mundo exterior e mergulhando-a num limbro entre a realidade e sua mente e própria imaginação.
Não parou, observando aquele final de tarde de Primavera, à medida que o sol se deitava sobre o mar, pintando-o de laranja e vermelho, as ondas vindo e indo ao som da música ligeira, onde apesar da agressividade comum, uma guitarra acústica tocava.
Uma leve brisa passou, contrária à jornada da jovem, que, presa aos seus pensamentos, elevou um pouco a cabeça para a enfrentar. Ali podia contemplar a beleza do mundo, provando-lhe que havia sempre uma razão para se continuar. Olhou para trás, contemplando o seu longo caminho... Já percorrera muito, mas escassava-lhe força...
Fechou os olhos por momentos, desejando que tudo o vento levásse. Que, naquele momento, a levasse também com ele. Para percorrer aquele mesmo mundo de maneira diferente, longe de tudo o que a magoáva e doía. Desejava apaixonar-se uma vez mais, ter um simples abraço que a protege-se do mundo. A tristeza era-lhe dificil de demonstrar, era sempre mais custoso explicar todas as razões pelas que se sentia assim.
A sua corrente de pensamentos foi interrompida pelo som de outros passos já próximos, levemente abafados pelos grãos de areia. O cabelo loiro foi então atirado para trás, pela gentil brisa, e esta deixou que a mão se mantivesse levemente pousada sobre a gola do prático casaco preto.
Sorri-lhe abertamente, e estendi-lhe a mão.
- "Vens?"

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Mãe


Mãe,

Ainda hoje, passo pelas salas e corredores de casa e deparo-me com albúns, albúns cheios de fotos com caras sorridentes, que retratam mais memórias do que as que eu me poderia alguma vez lembrar, ou saber sequer, certos detalhes que em tenra idade talvez não me fosse de todo possível compreender.
Sei que em 17 anos, 12 deles já acompanhadas por este outro (outrora) pequeno ser, passámos por experiências únicas, experiências que mais ninguém passou ou viveu, quais foram, onde foram, isso é algo que permanecerá connosco para sempre, e eu, como filha, trazê-las-ei comigo por onde quer que ande ou vá.
Comigo, cresceste tu também, ensinando-me e mostrando-me a cada passo ou novos degraus, fases, e desafios da vida. Mais ainda, ensinaste-me que estarias lá sempre, qualquer que seja a minha idade.
Tu, uma constante na minha vida desde a altura em que o meu pequeno rosto mal-humorado, emoldurado por pequeníssimos escuros caracóis, até até este outro dia, naquela nossa inocente conversa na cozinha, em que nos fartámos de rir. Nada mudaria na nossa relação.
Tenho a agradecer-te toda a minha educação, todas as vezes em que me ajudas-te a levantar por ter caído, e por entre lágrimas que nunca demonstrei, me sorriste amávelmente. Tudo o que certamente sofreste comigo, sempre por preocupação, acredito. A paciência de toda uma vida, anos de dedicação, e acima de tudo, realismo em tudo aquilo que me ensinaste. Obrigada por seres esse meu exemplo.
O exemplo de uma mulher fortíssima, que luta pelos seus objectivos, respeitando no entanto sempre o outro e a liberdade de cada um. Uma mulher que sonha em descobrir o mundo através dos seus olhos, e da sua coragem e capacidade. Sem intimidações. Sem limites.
Ora, anos passados então, acabo a minha humilde carta, com uma frase infantil, que acredito a tenhas ouvido vezes demais pela escrita ou voz das tuas duas crianças:
"Para a melhor mãe do Mundo."

Trazendo-te comigo, sempre,
Leonor.
Ps: Ao que sei que dirás "Azar, é a única que tens." - E te rirás aseguir...